·▪•●Brainstorming●•▪·

Escrevo porque a alma implora, a ilusão roga e a imaginação exige. Mas, acima de tudo, escrevo porque me agonia guardar todas estas palavras no imo...

Um pouco mais sobre mim...

Friday, December 24, 2004

Mensagem de Natal

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A todos para quem escrevo, a todos os que me lêem, a todos que por aqui passam mas não deixam quaisquer marcas, aqui vos deixo os mais sinceros votos de um Santo Natal junto daqueles que vos são mais importantes!

Não vos desejo prendas! Isso todos desejam, e na verdade, prendas materiais desgastam-se com o tempo, e dentro de alguns dias não têm já qualquer significado. Desejo-vos, sim, estabilidade emocional para enfrentar todos momentos menos bons, e para ultrapassar as traições de que por vezes somos vítimas.

Que o Natal não seja apenas um momento, mas um sentimento! Que as pessoas prolonguem o espírito solidário 364 dias para lá do Natal. Se assim fosse, todos nos sentiríamos mais confortáveis nesta sociedade!

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Tuesday, December 21, 2004

Desilusões

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«O amor só não sobrevive à sua própria morte, quando aqueles que amamos se revelam outros, ou quando alguém desiste de nós.»

[Margarida Rebelo Pinto in Nazarenas e Matrioskas]


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Sunday, December 19, 2004

Voltar atrás

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Tenho pensado muito na lenda da tábua de madeira!

Gostava de ter a borracha do tempo que apagasse tudo o que eu disse... E tudo o que me disseram. Todas as coisas que furaram a tábua!

Por vezes torna-se difícil continuar com o peso de todas estas palavras a ecoar na minha cabeça a toda a hora e a ferir-me com o seu silêncio gritante...

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Wednesday, December 15, 2004

Abre asas e voa

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Tudo pode mudar num único instante, num breve momento. Sente o vento acariciar-te! O mundo pode esperar um minuto. É só um minuto… Livra-te do passado e agarra o dia de amanhã. Só tens este instante!

Consegues ouvi-lo chamar por ti? Consegues senti-lo brotar da tua alma? Consegues acreditar neste momento que passa e controlá-lo?

Deixa o desassossego para trás, guarda-o num local de que tu próprio sejas capaz de esquecer. Encontra um sonho que sejas capaz de perseguir. Vai ao seu encontro. Não o libertes. Outros podem agarrá-lo… Só tens este instante!

Consegues ouvi-lo vociferar? Consegues senti-lo irromper de dentro de ti? Acreditas no momento?

Abre asas e voa! Liberta o âmago que insistes esconder. Eu acredito que tu consigas brilhar. Só precisas de também tu acreditar! Deixa fugir da memória todos os infortúnios, esquece tudo aquilo de que não foste capaz. E tenta. Com toda a tua força… Está na hora de abrires as tuas asas e partires neste voo.

E quando te sentires em baixo e sozinho, naquelas alturas que só te apetece voltar as costas ao mundo e fugir, confia em ti e nunca desistas. Acredita que és melhor do que qualquer outro! Se nunca acreditares, não conseguirás que os outros confiem nessa verdade…

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Sunday, December 12, 2004

Esperança

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Passas toda a tua vida a tentar superar a infância. Os começos assustam. Os fins são normalmente tristes. É o que está no meio que importa!

Deves lembrar-te disso quando estás no princípio. Deixa a esperança agarrar a sua oportunidade para ganhar força.

E assim acontecerá...

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Thursday, December 09, 2004

Velho Apeadeiro

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Acordei hoje com uma enorme sensação de impotência. Há dias assim! Os cheiros, as cores, as texturas, os sabores… Tudo parecia tão enraizado, tão impossível de ser transformado. Nem tentei lutar contra o improvável. Saí!

O cabelo desgrenhado caía desajeitadamente sobre os ombros. As roupas velhas tresandavam a mofo. Aos sapatos gastos não era oferecido qualquer atrito pelas pedras da calçada. Passo após passo, conduzida pelo instinto, fui seguindo na direcção das respostas às minhas perguntas. Não posso afirmar tê-las encontrado, mas quando reparei naquela estação velha, a perder o estatuto para um simples apeadeiro, uma força estranha impeliu-me a descobrir-lhe o interior.

Lá dentro vi velhos que esperavam o fim dos seus dias. Sentados, conversavam sobre tudo e sobre nada. Riam em atitude despreocupada, pois estes vivem já com o descrédito no dia de amanhã. Já não acreditam que um dia melhor virá! Consegui ver para lá do que me foi permitido ver. Cada ruga fazia-me adivinhar o peso do mundo carregado para lá do olhar. Não evitei que uma ou duas lágrimas caíssem…

Saí daquela sala de espera feia, escura e com cheiro impregnado de urina, para vir descobrir os trilhos gastos. Os bancos de madeira estavam velhos e pouco seguros. Ainda assim não hesitei em ocupar o único que estava vazio. Antes de me sentar raspei um fósforo na parede até que este incendiasse de amarelo-fogo. Este foi um gesto demorado. Só depois percebi porquê: as paredes estavam cobertas com azulejos que mostravam costumes de antigamente. Por uns segundos desejei ter vivido nos dias de ontem. Os de hoje são demasiado ingratos. Infelizes as gerações vindouras…

Acendi o cigarro, olhei à minha volta, e detive o olhar num casal de adolescentes que namorava às escondidas, atrás de uma carruagem ferrugenta e abandonada. Não impedi que uma gargalhada cúmplice fosse solta dos meus lábios em direcção aos seus ouvidos. Aperceberam-se da presença de olhares alheios e correram de mãos dados…

Sentei-me. Não tardou que aparecesse um comboio velho que transportava pessoas velhas. Deti-me naquele lugar todo o dia. Vi o comboio transportar a mesma carruagem inúmeras vezes. Durante tantas horas, o comboio percorreu o mesmo trilho, como se não pudesse mudar a sua rota.

Então levantei-me e caminhei em direcção a casa. Havia encontrado possíveis respostas:

* Os velhos personificam o meu ego naqueles dias em que só me apetece desaparecer, nos dias em que até respirar é um exercício pesado, nos dias em que grito aos 4 ventos que não desejo mais viver…

* Os azulejos pintam a enorme vontade que me inunda mais vezes do que seria de desejar de voltar ao passado e lá viver; é o mais inconsciente desejo de voltar à infância quando tudo era tão simples como contas de somar 2+2=4…

* O casal apaixonado é um retrato do meu imo naqueles dias em que me encontro em inexplicável êxtase. Sou eu com uma enorme vontade de virar os meus dias ao contrário e viver a vida dos que sorriem…

* O comboio foi a imagem que me tirou do estado de inércia: aquela carruagem sou eu, insistindo trilhar os mesmos caminhos, desiludindo-me quando não encontro algo de novo. Mas esta carruagem pode ainda decidir mudar de rota!

Agora percebo! Tenho de me libertar das cordas que me detêm na busca do sorriso perdido. Tenho de seguir uma estrada diferente da que piso…

[Este texto não foi realidade. É uma imagem análoga do que por vezes vai cá dentro… É tornar efectivo o imaginário por onde a nossa mente passeia de quando em vez. Inspirei-me na musicalidade da belíssima Kate Walsh enquanto escrevia…]

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Sunday, December 05, 2004

Para Madalena

[Este texto foi escrito há cerca de um ano, mas não resisti a publicá-lo aqui e agora. Inspirei-me numa realidade que não foi minha, até porque o texto está na primeira pessoa, mas na voz de um homem. Madalena foi uma jovem mulher que faleceu na estrada, nos braços do seu companheiro. Ouvi-o falar, ouvi-o indagar-se pelo perdão da sua amada, e pus em palavras os seus sentimentos. Para Madalena, onde quer que ela esteja...]

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Perdoa-me, Madalena, perdoa-me pelo que te fiz. Perdoa-me tu, porque eu vivo neste paradoxo de saber, mas não querer perdoar-te!

Eu não te perdoo, Madalena, por me deixares dormir sozinho nesta cama que de tão grande se torna gelada. Eu não te perdoo, porque nunca mais te ouvi meter a chave na fechadura da porta da casa que era nossa. E tu não imaginas, Madalena, a falta que me faz o teu abraço no final do dia, seguido do ternurento beijo na testa, qual carinho maternal, enquanto me desejavas «Bons sonhos».

Mas peço-te que me perdoes, Madalena, por te ter deixado ir sem antes te agarrar com toda a força e implorar a Deus que não te deixasse partir! Perdoa-me, Madalena, por não ter tido forças pra te amparar no voo que te projectou para longe de mim!

Porque eu não te consigo perdoar, Madalena, quando me lembro de todas as vezes que te amei e me perdi no teu corpo. Não te consigo perdoar, Madalena, porque nunca mais farei amor, juntar-me-ei apenas ao corpo de outra mulher num acto de pura luxúria que mais não significará que meros minutos de prazer.

Perdoa-me tu, Madalena, por não te ter ouvido quando gritaste «Cuidado!». Perdoa-me, Madalena, por num acto de rebeldia não ter prestado atenção ao que me pediste.

E agora o tempo não volta atrás. Agora vivo na eterna vontade de te ter de novo, de tornar a sentir aquela brisa quente nas tardes frias de Inverno, de sentir o sopro arrepiante no pescoço, aquele que fazias propositadamente para me tirar da cama naqueles domingos de preguiça… Nada, Madalena, nada do que tínhamos será de novo meu. E muito menos será nosso.

E eu vivo nesta contradição que me impede de avançar. Quero perdoar-te, mas não consigo, Madalena. Como posso, se me deixaste sozinho? Quero que me perdoes, mas isso será ainda menos possível. Como podes, se te roubei o que de mais precioso tinhas?

Madalena, se pudesse restituía-te a vida. Contrariava toda a lógica e senso comum e trazia-te para junto daqueles que mais amavas. E se fosse necessário entregava a minha. Pois seria tão mais fácil partir sabendo que tinha o teu perdão!

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Saturday, December 04, 2004

O outro lado do Cão

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Palavras para quê? Este olhar diz tudo! É uma das minhas maiores paixões...

Apresento-vos: Sebastião, o SimpatiCão!!




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Friday, December 03, 2004

Dono de Mim



Esta noite serás dono de mim, tal como um pássaro possui as suas asas e as manobra num misto de paixão e perfeição. E serei eu a dona da lua e das estrelas, e fá-las-ei iluminar-nos enquanto concretizamos este fogo que nos une e que nasceu de fagulhas deixadas ao acaso. Entregar-me-ei a ti como nunca ninguém antes se entregou. Acarinhar-te-ei como nunca ninguém antes se atreveu.

Quero entregar-me nos teus braços, e deixar-me transportar para um lugar onde nunca ninguém foi, onde só sabes ir se os meus olhos te levarem, onde apenas podemos chegar juntos, porque de outro modo não nos é aberta a porta.

Quero voar contigo até um lugar bem longe daqui. Onde possuímos o nosso mundo, um mundo onde só entra quem e o que nós quisermos. Nos teus braços deixo de ser lagarta para me transformar em borboleta. E assim sou frágil, mas corajosa, pequena e errante, bela e livre. Pouso em ti e deixo-te olhar as minhas cores. Só tu vês para lá do visível... Tal como diz Saint-Exupéry, «o essencial é invisível aos olhos».

Esta noite será minha e tua. De mais ninguém. Abriremos asas e voaremos para pousar sobre as nuvens. Cobriremos o céu com as nossas sombras. Todos cá em baixo poderão olhar o nosso prazer. Mas eu não preciso de o ver; vou antes sentir. Não preciso de o cheirar, vou antes tocar. Não preciso sorrir; vou antes beijar. Todos terão inveja, porque ninguém atinge o auge da perfeição, como nós o fazemos quando estamos juntos.

Nesta noite quero que pouses as tuas asas sobre as minhas. Desejo ouvir o teu sopro vital! Queres vir deitar-te do meu lado?

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